Uma revista de gerenciamento de projetos me perguntou quais tendências enxergo para os próximos 15 anos.

Antes de responder definitivamente, gostaria de validar algumas percepções com vocês. Concordando ou não, participem ativamente por favor!

Enxergo uma significativa adoção da gestão enxuta (Lean) e do Agile pelas corporações. Por esse motivo, o Agile que vemos hoje terá que mudar para se adequar às corporações. O Agile não permanecerá confinado ao desenvolvimento de software.

O gerenciamento de projetos se tornará mais colaborativo. O planejamento será feito cada vez mais em equipe, em sessões colaborativas, assim como a gestão da execução será mais distribuída em termos de responsabilidades.

As velhas fórmulas de preencher templates de documentos estão morrendo, a burocracia feita para impressionar está morrendo. O pragmatismo venceu.

Visualizo o conceito de linha de base (baseline) moribundo, recebendo extrema unção. As empresas, para chegarem exatamente onde querem, aprenderão abandonar a rigidez, traçar caminhos adaptativos, flexibilizar. Surfar na onda ao invés de bater de frente contra ela.

Enxergo também fusão e convergência das disciplinas da gestão. O gerenciamento de projetos adotará cada vez mais técnicas do gerenciamento de processos, o trabalho no projeto será mapeado como processo. O gerenciamento de projetos adotará cada vez mais técnicas do design thinking e temas de inovação. Adotará métricas da gestão de serviços. Irá considerar também as pequenas demandas e tentará encampar demandas da gestão das operações quando existirem recursos compartilhados.

A gestão de mudança (da cabeça das pessoas) e temas da adoção se tornarão mais relevantes no mundo de gerenciamento de projetos e terão que se incorporar definitivamente nas técnicas de projeto.

O gerenciamento de riscos de projetos como conhecemos hoje se transformará assumindo o pensamento Bayesiano e será amparado amplamente por big data/analytics e machine learning.

A gestão de requisitos ficará cada mais relevante no gerenciamento de projetos e encampará conceitos de user experience como o conceito de personas por exemplo.

A neurogestão aumentará ainda mais o conhecimento sobre a consciência humana: a maneira de tomar decisões, buscar alinhamento e regular emoções no trabalho influenciará as técnicas de gerenciamento de projetos que ficarão mais simples, mais visuais, mais sintéticas e emocionalmente mais inteligentes.

O gerente de projeto como papel ficará mais difuso. Para sobreviver, o GP terá que se profissionalizar melhor, terá que entender de LEAN, ToC, SixSigma, Dinâmica de Sistemas, sistemas complexos adaptativos, Processos, ITIL, Design Thinking e técnicas ágeis. Terá que trabalhar e pensar em rede.

É isso aí? Espero para ouvir suas ideias.